segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um Mantra Cai Bem

 
Esse texto  é para todas as mães e as futuras mamães

                               Ilustração de Jana Magalhães 
 Já falei aqui sobre como tenho desenvolvido uma qualidade que, definitivamente, eu não acreditava ter antes de ser mãe: a paciência. Lembrei-me, então, de uma passagem da Carta de São Paulo aos Coríntios, que o Legião Urbana transformou em música: “O amor é paciente, é bondoso; o amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. É uma visão cristã do amor. De qualquer forma, encontrei, a partir dessa lembrança, uma parte da explicação para a paciência que tenho exercitado. Mas, é claro que nem sempre a paciência impera. Há momentos em que me irrito, fico cansada, chego estressada do trabalho e não tenho um tempo mínimo para mim. Nessas horas, reajo sem a tão desejada paciência! Reclamo e, às vezes, chego a ameaçar castigo para xxxxxxxxxxxx, quando ele não me atende. Sinto-me mal quando isso acontece, mas há momentos em que é inevitável. Em outros, um mantra cai bem e evito a impaciência, adotando a atitude que considero adequada. Sobre a perspectiva da criança, tenho feito algumas reflexões: ela só espera receber. A criança não tem a compreensão de que também é preciso dar ou se doar… Ela vê no pai e na mãe fontes inesgotáveis. E a minha sensação é de que nunca parece que conseguimos dar o suficiente. Elas sempre querem mais. E ainda bem que existem as mães, sempre dispostas a dar. Mas tenho refletido que até essa doação precisa de um limite. Filhos precisam se frustrar, sim. Mães podem se estressar, sim. Não são super-heroínas. Têm suas dores, suas irritações e, principalmente, suas imperfeições. Claro que um mantra ajuda, mas nem sempre a gente se lembra de repeti-lo antes de estourar. E isso é humano, faz parte do exercício da maternidade, ao contrário do que muitos pensam…

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